Casa do Sr. Manuel Arruda, o primeiro crente da Assembleia de Deus em Bragança- Acervo: Família Aprígio |
No dia 05 de março de 1912
Chegava em Bragança, após longa viagem a pé pela estrada de ferro, Daniel Berg
carregando duas Maletas extremamente pesadas, uma portanto suas roupas e a
outra Bíblias e porção de literaturas evangélicas. Após longa horas de
caminhada dirigiu-se ao centro da cidade sentindo-se exausto por haver passado
a noite anterior em claro, sentou-se em um dos 16 bancos de madeira na praça da
Prefeitura, onde pernoitou. Despertou-se com o badalar do sino da igreja São
Benedito, do outro lado da praça. As portas das casas começavam a se abrir,
logo o povo fluía nas ruas que ora sozinhos, ora acompanhados, dirigiam-se à
igreja para a habitual missa da manhã seguida de novenas. Em geral eram
mulheres vestidas de preto e com véus pretos sobre a cabeça, viúvas daqueles,
cujas vidas foram ceifadas precocemente pelas dificuldades, associadas a doenças
tropicais, como a malária. Daniel, então, ali mesmo orou para que Deus lhe
desse corações férteis a semente lançada sobre o solo Caeteuara.
Assim que a missa terminou as
pessoas começaram a sair da igreja. Daniel Berg Levantou-se do banco e
aproximou-se da multidão, um homem parou bem próximo de Daniel. Estava
nitidamente à espera de alguém. Daniel abordou-o perguntando se já havia
protestante na cidade, ao que lhe respondeu: “Já ouvi falar deles sim, mais
felizmente ainda não chegaram a Bragança.”
Daniel Berg agradeceu-lhe pela
informação e após haver estocado algumas mangas em seu bolso, passou a andar de
casa em casa, bater de porta em porta lendo a palavra de Deus. Cansado Daniel
entrou num bar interessado em comprar uma xicara de café. Ao seu lado havia um
homem idoso, que lhe convidou a um copo de cachaça, o que Daniel acompanhou-lhe
substituindo por uma xicara de café. Tirou algumas mangas do bolso colocou-as
sobre a mesa para que também o homem se servisse, assim como sua preciosa
bíblia. O homem ficou admirado.
Daniel Berg, Perguntou-lhe o nome
e ele se identificou como Manuel Arruda- “Alguma vez em sua vida o senhor já
viu um livro deste?”-perguntou-lhe Daniel, Manuel Arruda respondeu que só havia
Bíblia em latim e estas estavam presas por correntes douradas nas catedrais
católicas.
Após Daniel haver folheado o
livro e feito a explicação. Seu olhar refletia uma luz de esclarecimento.
-“Gostaria de continuar o diálogo”, disse Arruda, -”sou carpinteiro e
estou aqui neste bar esperando abrir a estância de madeiras. Se quiseres
acompanhar-me até minha casa lá conversamos num ambiente mais tranquilo.”
Daniel considerou a oferta como uma providência de Deus pois estava exaurido de
recursos para hospedagem no hotel da cidade.
Chegando Daniel à casa de Manuel
Arruda foi bem recepcionado pela esposa Dona Raimunda Arruda, Daniel começou a
pregar a Palavra de Deus e o idoso casal logo após orarem aceitaram a Jesus
como salvador.
Sendo que este casal tornaram-se
os primeiros Assembleianos nesta cidade.
Logo Dona Raimunda Arruda queimou
todos os ídolos e disse a Daniel que o maior cômodo de sua casa era reservados
para o local de Cultos e como carpinteiro o homem poderia facilmente
providenciar bancos e outros móveis que fossem necessárias. Assim que o local
ficou pronto começaram os cultos. O som dos louvores saiam pelas portas e
janelas abertas atraindo vizinhos e inimigos que se aproximavam para ver e
ouvir o que acontecia lá dentro.
Assim começou a Assembleia de
Deus em Bragança.
Trecho extraído e adaptado do Livro
“História da Assembleia de Deus em Bragança” do Pastor Fredeson Magalhães
Assista a entrevista do irmão Aprígio Soares, neto de um dos pioneiros da Igreja em Bragança
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